A pandemia do novo coronavírus sacudiu a forma como enxergamos o mundo. Mudamos a forma como nos relacionamos com os familiares, vizinhos e até
com as empresas das quais consumimos produtos e serviços. Diante deste cenário, fica a pergunta: qual o impacto da covid-19 para os negócios locais? Como a pandemia ajudou alguns empreendimentos e prejudicou outros?
Segundo dados do Sebrae, cerca de 31% das pequenas empresas mudaram a forma como atuam. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, 58,9% das MPES deixaram de funcionar durante a pandemia, ao menos temporariamente.
Sobre as que mudaram a suas formas de atuação, 41,9% passaram a fazer entregas por meio de atendimento online, 41,2% adotaram o esquema de horário reduzido e 21,6% estão em trabalho remoto, o famoso home office.
Mas, para além dos números, como está sendo, na prática, as mudanças causadas pela pandemia para os pequenos empreendedores? É sobre isso que vamos conversar nesse artigo, é só seguir a leitura.
Lições da pandemia
Você já deve ter ouvido falar que o mundo precisa desacelerar, certo? Novos negócios já eram pensados com a perspectiva de um novo pensamento social. Portanto, os efeitos da pandemia apenas aceleraram o processo de desaceleração.
Nesse sentido, o que será acelerado daqui para frente é justamente ações que promovam esta desaceleração. Com exemplos, podemos citar a junção do mundo online com o offline, que foi intensificada nos últimos meses, o apoio aos pequenos empreendedores, o consumo consciente (principalmente de comida e roupas) e o fortalecimento dos negócios locais.
Vamos entender melhor o que mudou para os empreendedores durante a pandemia? É só seguir a leitura.
Digitalização forçada e compras on-line
E, de repente, não podíamos mais sair de casa, os lojistas não podiam abrir os seus comércios e apenas os serviços essenciais poderiam funcionar. Com isso, os empreendedores foram obrigados a mudar o modo como atuavam e a incorporar o meio on-line no portfólio das suas empresas para que elas conseguissem sobreviver. Podemos dizer, então, que a transformação digital será necessária e forçada.
E isso se traduz nos números do primeiro semestre de 2020. Segundo dados do EBIT, empresa que certifica lojistas para vender na internet, houve um aumento de 40% nas vendas on-line neste período em comparação com o primeiro semestre de 2019.
Mas fica ainda a pergunta: será que apenas migrar o negócio para o mundo on-line será o suficiente? A verdade é que os consumidores e usuários estão cada vez mais exigentes e querem cada vez mais um atendimento humanizado e focado no indivíduo.
E é aqui que os negócios locais ganham vantagem, pois já possuem essas características. Afinal, os pequenos empreendimentos fazem parte da vida de quem mora perto e os empreendedores entendem as necessidades dos seus clientes.
O legado deixado pela pandemia da Covid-19 será, principalmente, cultural. A mudança da relação entre os consumidores e as marcas será acelerado. Nós vamos querer, cada vez mais, nos sentir representados pelas marcas e iremos consumir aquelas que realmente representarem o que pensamos e entendemos como certo.
Redes sociais e interação
É claro que quando falamos em digitalização e vendas on-line, não podemos deixar de lado as redes sociais. Uma pesquisa realizada pela Kantar apontou que mídias como Facebook, Whatsapp e Instagram tiveram um aumento de usuários de 40% durante a pandemia.
Só em 2018, segundo dados do EBIT, foram investidos mais de R$ 16 milhões em mídias sociais, sendo o facebook e o Instagram os líderes no ranking de empresas que receberam valores.
Home Office
O que era um medo para os empreendedores se revelou algo bastante prático e, porque não, lucrativo. Segundo pesquisa da ISE Business School:
- mais de 80% das empresas nacionais pesquisadas gostaram da modalidade de teletrabalho;
- para 80% dos trabalhadores participantes, as principais dificuldades do home office foram superadas;
- cerca de 90% dos empreendedores disseram que o home office foi importante para reforçar valores pessoais e laços familiares.
Consumo colaborativo
A premissa do consumo colaborativo é o compartilhamento. Porque ter um carro, se eu vou usá-lo apenas uma ou duas vezes na semana? Por que comprar uma furadeira para fazer um único furo na minha parede?
É deste pensamento que surgiram aplicativos como o Uber, Marido de Aluguel, AirBnB e vários outros. Segundo mostrou a BBC Research, os negócios compartilhados fecharam 2019 com valor de mercado de US$ 373 bilhões e expectativa de US$ 1,5 trilhão em 2024.
Pensar global e agir local: oportunidade para os negócios locais
O slogan, já bastante difundido, surgiu em meados dos anos 90, quando começava-se a discutir como seria o futuro no novo milênio. Como pensar em atitudes locais e, com isso, impactar todo o mundo? Com a chegada da pandemia e a necessidade do recolhimento e distanciamento social, essa discussão ficou ainda mais forte.
Uma das respostas pode estar em dois movimentos: um já é discutido há bastante tempo e o outro ganhou força com a chegada da pandemia. “Faça você Mesmo” e “Círculo de Consumo Local”
Movimento faça você mesmo
O Movimento “Faça você mesmo” está ligado à colaboração e a ideia de que você faça seus próprios produtos e realize serviços que são básicos. Iniciada na década de 70, o DIY (do it yourself), que prega a ideia de não comprar produtos de terceiros, fez com que uma série de itens como bolsas, perfumes, mobiliários e produtos alimentícios, fossem produzidos em escalas menores e de forma privada.
Essa ideia foi reforçada com a chegada da pandemia, a restrição de produção e de consumo e o confinamento social. Com isso, o prazer e as vantagens financeiras desse modelo estão sendo, gradativamente, inseridas na sociedade.
Círculo de consumo local
Outra ideia que ganha força e deve ficar no pós pandemia é o consumo nos negócios locais. Esse comportamento está ligado ao incentivo de consumo de produtos e serviços vendidos na comunidade local e de forma segura. Com a crise do coronavírus, essa atividade pode ajudar os pequenos empreendedores a manterem seus negócios ativos.
Essa, claro, é uma via de mão dupla, pois a comunidade ajuda os negócios locais e eles também ajudam a comunidade. Vamos entender melhor essa relação?
Como os negócios locais ajudam a comunidade ao entorno?
O primeiro grande benefício é a geração de empregos. Principalmente em cidades menores os negócios locais empregam os moradores e dão condições para que a economia do município circule. Com a economia aquecida, a cidade arrecada mais impostos que são revertidos em melhorias de serviços de saúde, segurança e lazer, por exemplo.
Para as cidades de grande e médio porte, comprar do comerciante do bairro pode, por exemplo, ajudar na mobilidade urbana. Com menos deslocamentos, menos pessoas vão aos grandes centros e o trânsito fica melhor. Além disso, comprar de um negócio local faz com que o dinheiro fique na comunidade e acabe retornando na forma de preços mais baixos ou aumento de variedade de produtos e serviços.
Porque é importante investir em um negócio local?
Agora queremos falar com você, que pretende investir em alguma área social mas ainda não sabe como. Sabemos que está entre as boas práticas de administração ter um relacionamento próximo com a comunidade em que sua empresa está inserida. Estar alinhado com o desenvolvimento do seu entorno faz parte do desenvolvimento sustentável do seu negócio.
Isso porque, essa comunidade oferece a infraestrutura de pessoal e o capital social, sendo portanto uma contrapartida justa o investimento no desenvolvimento local. Por isso, investir no pequeno empreendedor local é uma forma de desenvolver a comunidade, bem como uma oportunidade de reverter ganhos para a sua empresa internamente e na percepção de seus clientes e parceiros.
Quer saber mais sobre como investir no empreendedorismo social? Veja alguns cases do Instituto Meio e perceba como ajudamos pequenos empreendedores a ter sucesso em seus negócios.
Conclusão
Bom, o covid-19 trouxe mudanças forçadas no formato de trabalho e na forma como consumimos. Passamos a olhar para dentro da nossa comunidade e enxergar as necessidades e problemas do nosso entorno.
Com isso, passamos a perceber que o pequeno empreendedor local será muito importante para a retomada da economia. Pensando nisso, o Instituto Meio tenta viabilizar estes negócios locais, com a ajuda e parceria de médias e grandes empresas. Visite o nosso site, conheça nossa história e como trabalhamos!
Um abraço e até a próxima!